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Prospecção Tecnológica

Última atualização em Domingo, 19 de Abril de 2020, 05h25 | Acessos: 3885

Na Ciência e Tecnologia, o objetivo da área de prospecção tecnológica é identificar aspectos relevantes de cenários atuais, o estado da arte, possibilidades, gargalos e vulnerabilidades, bem como vislumbrar prováveis cenários futuros e tendências com a finalidade de subsidiar processos decisórios e o estabelecimento e a definição de políticas e estratégias.

Para atuar nessas instigantes e desafiadoras áreas de conhecimento, diversos integrantes da AGITEC foram capacitados no Reino da Suécia, realizaram visitas técnicas a instituições de referência no Brasil e estudaram os embasamentos legais que nortearam o projeto AGI e a implantação da AGITEC. Nesse diapasão, realizaram pesquisas do estado da arte nos assuntos em questão, analisando copiosa literatura do setor (FREITAS, 2013; STAREC, 2012, ABNT, 2012; MINARELLI, 2009; LICHTENTHALER, 2005; ASHTON E STACEY, 1995; por exemplo).

A partir dos estudos realizados, esta Agência passou a adotar a seguinte definição para Prospecção Tecnológica:

Prospecção Tecnológica é o conjunto de procedimentos, ferramentas, técnicas e estudos de caráter técnico-científicos que visam levantar informações ligadas à área de Ciência, Tecnologia e Inovação, no Brasil e em outros países. O escopo de investigação pode ser bastante abrangente, como a identificação de tecnologias de interesse (presentes e futuras), países e diversificados ambientes de inovação (parques, polos, distritos, arranjos produtivos locais e arenas), mas podem ser mais focalizados como universidades, centros de pesquisa, laboratórios, empresas incubadas, startups e, até mesmo, bem específicos como engenheiros e pesquisadores que detém expertises em áreas de interesse.

A Prospecção Tecnológica incorpora, ainda, outras fontes de informações como tendências e investimentos em P&D, levantando informações sobre o estado da arte do assunto em análise e vislumbrando possíveis cenários futuros, com base em Fatos Portadores de Futuros, Tendências de Peso e emprego de diversas técnicas de projeções. Assim sendo, a partir do emprego de procedimentos, ferramentas, técnicas e estudos visa identificar tendências tecnológicas e suas utilizações em produtos e sistemas, projetando seus impactos no médio e longo prazos a fim de subsidiar a elaboração de cenários futuros (cenários probabilísticos) que possam impactar às Capacidades Militares Terrestres (CMT) e às Capacidades Operativas (CO). Em conjunto com a área de Prospecção Estratégica e Doutrinária, a Prospecção Tecnológica compõe o macroprocesso de Estudos de Guerra do Futuro. Torna-se peremptório a AGITEC ligar-se a áreas doutrinárias do Exército Brasileiro, como o Centro de Doutrina do EB, para sinergicamente realizarem Estudos de Guerra do Futuro.

Não existe uma teoria universal que embase estudos de prospecção tecnológica, encontrando-se na literatura especializada uma vasta gama de linhas de pensamento baseada em teorias e ferramentas de variados ramos da ciência, como, por exemplo: economia, sociologia, estatística, matemática etc. A combinação dessas ferramentas é particularmente útil para gerar resultados, em especial, aqueles com elementos contábeis (MANNERMAA, 1986).

Mannermaa (1986), baseado nos conceitos do filósofo e sociólogo alemão Jurgen Habermas, dividiu os estudos de futuro em três categorias: hermenêuticos, técnicos e emancipatórios. Os estudos de futuros hermenêuticos são mais subjetivos e incluem o futurismo, ficção científica e o utopismo, raramente são utilizados por empresas e organizações e são mais comuns entre filósofos, pensadores e escritores (FREITAS, 2013).

O estudo de futuro técnico possui caráter preditivo e utiliza a extrapolação de tendências via modelos matemáticos para realizar previsões, baseando-se em dados conhecidos.

Tendo como principal objetivo gerar alternativas de futuro desejáveis e factíveis (pelo menos no sentido probabilístico), o estudo de futuro emancipatório articula ações no presente para atingir suas finalidades.

Os estudos desenvolvidos na AGITEC adotam o caráter técnico, mas se pretende que, com o aprofundamento dos estudos genuínos realizados pela Agência, condições sejam criadas para que, em um futuro próximo, os trabalhados elaborados alcem também o nível de estudo de futuro emancipatório (Visão de Futuro).

Atualmente a Agência utiliza listas de tecnologias, de produtos e de sistemas que são disponibilizadas por instituições de referência na área de prospecção, além de base de dados de publicações científicas e registros de patentes, como subsídios a suas pesquisas. Como direcionadores para priorizar as diversas áreas tecnológicas e linhas de pesquisa, utilizam-se as CMT e as CO almejadas pelo Exército Brasileiro, listadas no Plano Estratégico do Exército (PEEx). No futuro próximo, pretende-se ampliar e diversificar as fontes de informação para a realização dos estudos de prospecção tecnológica. Consoante com este objetivo, ações estão em andamento no sentido de se considerarem fatos portadores de futuro, tendências de peso e investimentos em P&D nos estudos prospectivos.

 

REFERÊNCIAS

a. ABNT NBR 16500:2012 – Atividades para gestão da pesquisa, do desenvolvimento e da inovação (PD&I) – Terminologia.

b. ASHTON, W. B. e STACEY, G. S.; Technical intelligence in business: understanding technology threats and opportunities; International Journal of Technology Management Volume 10, Number 1, pp. 79-104(26), May 1995.

c. FREITAS, J. E. O sistema de inovação no setor de defesa no Brasil: proposta de uma metodologia de análise prospectiva e seus possíveis cenários. Tese de Doutorado, Universidade de Brasília/ Escola de Administração, 2013. 335 p. Orientador: Luiz Guilherme de Oliveira.

d. LICHTENTHALER, E. The choice of technology intelligence methods in multinationals: towards a contingency approach. International Journal of Technology Management, vol.32, Nos. 3/4, 2005.

e. MANNERMAA, M. Futures research and social decision making: Alternative futures as a case study. Futures, 18(5):658{670, outubro 1986.

f. MINARELLI, J. A. Inteligência Mercadológica, Editora Gente, 2009.

 

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